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COM MEUS AVÓS APRENDI...

Muito antigamente, quando só existiam pequenos povoados, os avós – também chamados anciãos – eram muito importantes, pois eram os responsáveis pela educação das novas gerações.
Os pais, ocupados em garantir a sobrevivência disso não podiam se ocupar.

As populações foram crescendo, surgiram as cidades e apareceu a escola, que foi criada para complementar o papel dos sábios avós, por isso a boa escola deve ser gostosa e prazerosa ao transmitir conhecimento, desenvolver competências e habilidades.
Nós, escola, surgimos quando os avós não mais podiam arcar sozinhos com esta responsabilidade – ou acharam que eles não podiam arcar...

Mas, apesar de todo progresso da sociedade humana e de suas instituições – como a escola – os avós permanecem insubstituíveis.

São os avós que garantem o cultivo das histórias de família, oferecendo com isso as raízes da identidade.
Casa de avós tem sabor especial, pois é o local de se ouvir relatos, comer quitutes e aprender que já houve um outro tempo, onde os pais eram filhos.
Casa de avós é aconchego, consolo, ternura e acalanto.

Lembro-me dos meus avós, com os quais tive o privilégio de conviver até a idade adulta...

Com a avó Semira aprendi o valor da reunião de família, das sessões de nostalgia....da pipoca com café... a lembrança do meu primeiro vestido de baile, por ela confeccionado.. a missa aos domingos, a fé em Santo Antonio, a gostar de quermesse, de cinema e de ler romances.

Com a avó Cipriana aprendi o valor da independência financeira, da autonomia feminina, a enfrentar gerente de banco, a ser empreendedora, paciente e exigente....a gostar de cavalos, a comer palmito assado, tomar gemada ao pé do fogo e comer paçoca com laranja.

Meu avô Antoninho, que gostava dos programas humorísticos da Rádio Nacional, me ensinou a observar a Natureza, a gostar de melado e couve com farinha...a sentir força na fragilidade do corpo, a amar o Taquarussu.

Com meu avô José, o gosto pela viola e pela sanfona, que me faz comprar CD do Borghetti até hoje... A amar a poesia e a rima dos seus repentes nos almoços de domingo; a sentir respeito pela minha profissão, pois a partir da minha formatura na Escola Normal, passou a me chamar de “senhora”.


As lembranças e as saudades são muitas.... e hoje faço votos de que nossos netos possam colecionar imagens e sabores que marcarão suas vidas e um dia poderão dizer aos nossos tataranetos: com os meus avós eu aprendi...

Edimara de Lima
Maio de 2003
 

CRÔNICA