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Emocionais ou racionais?

A história mostra que os bons líderes são aqueles que plantam ligações sólidas, transparentes, realistas e sinceras com a sua nação.

por Heródoto Barbeiro

Os grandes líderes sempre utilizaram do emocionalismo para conseguir quem os seguisse

Júlio César, quando marchou sobre Roma, de volta das guerras na Gália, incitou os seus homens a segui-lo, mesmo com a ameaça do Senado de mandar prender a todos por desobediência. Outros líderes, como Cortéz, optaram por outros métodos para conseguir fidelidade. O conquistador do México mandou queimar os navios para que ninguém ousasse pensar em abandoná-lo e voltar para Cuba. Napoleão usou e abusou do emocionalismo misturado com promessas mirabolantes para ter os soldados nos seus calcanhares. Prometia dividir o butim obtido com a invasão das ricas cidades italianas. Todos voltariam para casa ricos.

Com o advento dos meios de comunicação de massa foi possível emocionar muito mais gente. Nos estádios do III Reich, nas avenidas de Roma ou nas praças de São Petersburgo, milhões de pessoas foram sensibilizadas, inebriadas, e seguiram seus líderes em caminhos que terminaram em grandes tragédias. O discurso cavalgado na emoção de toda ordem, do ódio ao amor, é capaz de movimentar povos e manter o poder nas mãos de partidos e líderes. Faz parte dessa emoção a promessa de encontrar a terra do leite e do mel, da fonte da juventude, da sociedade totalmente igualitária e solidária. Prometem a Cidade do Sol. E todos serão felizes.

A escolha racional busca o estadista e não o político. Este não tem carreira longa. A história mostra que chegam ao topo nos ombros de milhões, mas logo cansam e são apeados. A democracia está alicerçada na escolha racional, na busca dos melhores através da reflexão e da consciência crítica, na identificação dos estadistas. Estes procuram desenvolver um diálogo racional com seus liderados. Plantam ligações sólidas, transparentes, realistas, sinceras com a nação e sabem que não são perpétuos no poder. Têm dignidade até quando são substituídos por outros líderes, sabem que a escolha eleitoral foi racional, que prevaleceu a consciência crítica e, portanto, é hora de dar lugar a outro. Preservam a dignidade, não se envolvem em querelas que turvam o horizonte, dão sua contribuição para o desenvolvimento nacional com sabedoria e não com demagogia. Enfim, na era da hipercomunicação, quando alguém pode ser linchado porque o apontaram como um bruxo na internet, um dos grandes desafios é conciliar comunicação com cidadania.

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