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Como criar o hábito do diálogo na família?

A falta de comunicação verbal é um dos maiores motivos de esfriamento no relacionamento entre pais e filhos.

Uma das grandes maravilhas de ser humano é o seu poder de dialogar, trocar ideias e experiências, compartilhar emoções, negociar, discutir e amar.

Somos mais inteligentes do que falamos. Pois a fala é somente um dos meios de comunicação entre dois seres pensantes. Os surdos e mudos têm a linguagem dos sinais, regida pelo LIBRAS, a linguagem brasileira de sinais. Há especialistas em leituras labiais e em linguagens extraverbais.

Um nenê já gesticula, solta sons, acena, bate palmas, mexe a cabeça, sorri, fica sério, chora, resmunga antes mesmo de falar. É um fato universal, não importa a cultura. Para mim, o pensamento precede as palavras.

Em geral, o bebê já conversa com sua mãe com sons, vogais e poucas consoantes, sem palavras formadas. Com 12 meses, já usa as primeiras quatro palavras. Com 21 meses, seu vocabulário já conta com 20 palavras; e eles entendem muito mais.

Se uma criança nascesse e não tivesse nenhum contato com humanos, como o herói de aventuras Tarzan, o homem-macaco criado por Burroughs, ou Mogli, idealizado por Rudyard Kipling, ela deixaria de desenvolver a área cerebral da fala e seus respectivos correlatos cerebrais, alguns dos quais impossíveis de ser totalmente recuperados posteriormente. É o que acontece com os sotaques das pessoas que aprendem outras línguas após a puberdade.

Para falar, um nenê tem de pensar. Quanto mais cedo pensar, mais vai querer falar, e quanto mais falar, mais vai ter de pensar. É por isso que um dos meios de aclarar, organizar e amadurecer as ideias e desenvolver os pensamentos é simplesmente falar o que estiver pensando. Não se fala uma ideia sem sentido, mas pensar sem sentido é muito comum.

Um dos grandes motivos do esfriamento do relacionamento entre pais e filhos é a falta de comunicação verbal entre eles, mesmo que estejam emitindo mensagens extraverbais o tempo todo.

Quando um pai chega em casa, irritado, cansado, preferindo descansar em frente à televisão, mesmo calado ele está passando a mensagem de que não quer ninguém por perto.

Quando uma mãe chega falando em casa, reclamando da bagunça, indo direto preparar algo para todos comerem, cobrando de tudo e de todos, ela já passou a mensagem da sua posição e ninguém gosta de ficar por perto.

Assim, cada vez mais todos acabam ficando mais distantes uns dos outros, mesmo que convivam na mesma casa. O que deveria ser uma happy hour vira uma tragic hour.

Algumas dicas emergenciais para que o companheirismo volte ao lar:

Todos, ao chegar em suas casas, têm meia hora para fazer o que quiser, desde que não incomodem outros presentes.

É da responsabilidade de quem ficou em casa deixá-la em ordem: exigências crescem de acordo com a idade. Não é tarefa da mãe arrumar a bagunça de ninguém.

O jantar deveria ser uma happy hour: não está com fome? Peça que todos se sentem junto, mesmo assim, pois o que importa é a companhia, a conversa, o alimento da alma.

Quem não jantar na hora, vai ficar sem comer até a manhã do dia seguinte. Ninguém morre de fome em casa que tem comida, mas o comer a qualquer hora estraga qualquer qualidade de vida;

Jantar não é hora de cobranças, mas sim de contar “causos” interessantes, piadas, aventuras, dar feed-backs do que está fazendo, perguntar como andam os projetos de cada um, compartilhar lembranças e sonhos.

Quem não dedica um tempo para conversar, jogar papo fora, orientar, aconselhar, fazer cobranças e espera que tudo aconteça, nunca terá esse tempo. Ninguém fabrica tempo, cada um tem o seu. Já não há mais tanto tempo para realizar todos os desejos.

Após o jantar ninguém sai, nem assiste TV, nem usa o computador, nem dorme. É hora de fazer as obrigações. Não pode dormir enquanto não terminar. Nada de “amanhã cedo eu faço”. Sacrifícios desses mais fortaleceram do que mataram filhos. Se forem dormir, os pais têm de acordá-los para terminar.

Pais bonzinhos são “bobinhos”, pois estão financiando a falta de formação e de educação (formação do futuro cidadão ético). Pais poupadores, que não impõem o cumprimento das obrigações dos filhos ou cobram bons resultados podem formar “príncipes esperadores” de heranças e de prêmios sem comprar bilhetes no lugar de terem filhos empreendedores.

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